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Por que repetimos padrões mesmo sabendo que fazem mal?



Você já se viu vivendo uma situação parecida — de novo — e pensou: “Como isso está acontecendo outra vez?”

Pode ser um relacionamento que se repete com outro rosto. Um emprego que começa promissor, mas termina sempre com frustração. Ou até uma escolha que você jurou não fazer mais… mas fez.

Mesmo conscientes de que certos comportamentos nos machucam, acabamos voltando para eles. Como se algo dentro de nós nos puxasse de volta para o mesmo lugar. Isso tem um nome: repetição de padrões.

Mas afinal, por que repetimos padrões mesmo sabendo que fazem mal?

A resposta nem sempre está na razão

É comum pensar que, ao entender o que nos faz mal, conseguimos mudar. Mas o autoconhecimento não se limita à consciência racional. Muitas vezes, o que nos move está para além do que conseguimos explicar.

Na psicanálise, a repetição de padrões é vista como um modo de lidar com marcas do passado — mesmo que essas marcas não sejam sempre visíveis ou lembradas. Ou seja: repetimos, não porque queremos sofrer, mas porque há algo que ainda não foi simbolizado, elaborado ou escutado.

A origem da repetição: experiências precoces e inconsciente

Nossos padrões costumam se formar nas primeiras relações da vida. Situações de abandono, rejeição, crítica constante, falta de afeto, excesso de controle... Tudo isso pode deixar registros psíquicos profundos. E o inconsciente guarda essas experiências — não como memórias lineares, mas como marcas afetivas.

Mais tarde, sem perceber, passamos a buscar (ou a aceitar) relações e situações que ecoam essas vivências. Como se estivéssemos tentando, inconscientemente, dar um novo final para algo antigo. Só que muitas vezes, a repetição nos prende, em vez de nos libertar.

Exemplos comuns de repetição de padrões

Relacionamentos afetivos

Se você teve um cuidador emocionalmente ausente, pode buscar relações com pessoas que não se disponibilizam afetivamente — tentando, no fundo, ser “escolhido” desta vez.

Autoexigência e perfeccionismo

Se cresceu sendo muito cobrado, pode repetir a autoexigência excessiva e nunca se sentir bom o suficiente.

Busca por reconhecimento

Se aprendeu que precisava “merecer amor”, pode se envolver com quem exige esforço constante para estar por perto.

A repetição de padrões pode aparecer em diversas áreas da vida: relacionamentos, trabalho, decisões financeiras, estilo de vida, cuidados com o corpo…

E quase sempre vem acompanhada de uma sensação de déjà vu emocional: “Isso já aconteceu antes.”

O papel da terapia na quebra desses ciclos

É na escuta terapêutica que esses padrões começam a se revelar. O que se repete fora, muitas vezes se expressa também na relação com o terapeuta — seja no silêncio, no jeito de falar, nas ausências, no desconforto.

A análise permite que o sujeito fale sobre o que sente, sem julgamentos, sem pressa, e sem fórmulas prontas. Com o tempo, aquilo que era vivido no automático começa a ser percebido, nomeado e ressignificado.

E é esse movimento que abre espaço para escolhas novas.

Porque enquanto o padrão se repete, o sujeito não escolhe: ele é escolhido pelo próprio roteiro inconsciente.

Romper com o padrão não é imediato — mas é possível

É importante dizer: perceber o padrão não significa que ele desaparece no dia seguinte. A mudança vem de um processo. De ir voltando ao mesmo lugar, mas aos poucos, encontrando saídas diferentes.

É como se a análise ajudasse a abrir outras portas internas — que estavam lá, mas não eram vistas.

E ao acessar essas novas possibilidades, o sofrimento começa a se transformar. Não por mágica, mas por escuta. Por elaboração. Por tempo. Por presença.

A repetição fala de uma história que ainda está sendo contada

Repetir não é sinal de fracasso. É um pedido de compreensão. Um chamado interno para olhar com mais cuidado para algo que ficou marcado, e que ainda precisa ser cuidado.

Por isso, quando você perceber que algo se repete, experimente trocar a culpa pela curiosidade: O que isso está tentando me dizer?

E se essa pergunta não puder ser respondida sozinho, saiba: ela pode ser levada para a terapia.

Um convite para cuidar de si

Se você se reconheceu nesse texto, talvez esteja na hora de escutar o que os seus padrões têm tentado dizer.

Na terapia, você encontra um espaço seguro para pensar sobre si, sobre suas escolhas, suas dores e repetições — sem pressa, sem rótulos, com respeito ao seu tempo e à sua história.

Agende sua sessão de terapia. Pode ser o primeiro passo para sair do ciclo e construir um caminho mais verdadeiro com você mesmo.

 
 
 

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